Um curta metragem sem reprise

Eu nunca te prometi nada.

Na verdade nem tinha o que prometer. Porque a gente sempre deixava tudo pra amanhã. we will never die

Mas quando você se foi, algo ficou. Um sentimento de culpa por ter de dado as costas na sua última tentativa de aproximação – não lembro nem porque a gente tinha brigado. Algum motivo besta, depois da viagem pra Santos. Por ter achado que a vida era maior e longa demais e que eu não tinha que te perdoar ou voltar a falar com você. Burra eu. we will never die

Oito anos se passaram. Oito anos. Nesse tempo construí uma vida pra mim. “Construí”. Eu não tenho nada. E provavelmente nunca vou ter. Mas eu fui atrás. Eu corri. Eu segui em frente. Todos seguimos. Era preciso. E nesse meio tempo me disseram que eu era parecida com você. E nesse meio tempo não encontrei ninguém que chegasse igual, perto, ou próximo de você. we will never die

E nesses oito anos você se tornou um pouco mais difícil de lembrar. Não por você. Mas pela memória. As mais marcantes nunca se vão. Às vezes se confundem datas, fatos, passos. Normal. Tantos dias se passaram desde então. E mesmo sendo difícil de se lembrar, nunca vai ser possível esquecer você. we will never die

Quando você se foi, você deixou muita coisa. Você sem querer aproximou amigos e fez com que a gente percebesse que a vida é uma só mesmo. Que nossos instintos são fundamentais. Que independente de qualquer coisa, tem que curtir muito a vida. Tem que ser muito feliz. maybe we’ll die someday

Hoje me resta pouco de você. Mas tem tanto de você em mim. E nas músicas, e nos filmes. Sua vida foi de cinema, do começo ao fim.  Dos 2 meses aos 20 sempre rodeada de ação, de suspense, de amores não correspondidos e loucuras de um filme adolescente onde tudo dá quase certo no final. Um curta metragem sem direito de reprise. I’ll die someday

Eu espero que eu esteja honrando de alguma maneira tudo que você deixou quando se foi.

Você se foi. Mas algo definitivamente ficou.

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